Na Magnetik defendemos marcas saudáveis porque acreditamos que são ativos fundamentais para qualquer negócio ou empresa, estimulam o crescimento e criam uma vantagem competitiva. Ao nível interno, as marcas também podem inspirar e motivar. Estas qualidades são provavelmente o que nos atrai enquanto consultores e criativos para a tarefa de desenvolver uma identidade.
Contudo, no processo estratégico e criativo, enfrentamos hoje desafios muito diferentes dos que existiam há alguns anos atrás. Hoje, os consumidores exercem um profundo grau de controle e influência sobre as marcas e a tecnologia transformou a forma como consumimos informações, serviços e produtos. Apesar destas mudanças, a maioria dos profissionais de marketing continua a abordar a estratégia de uma marca sem uma diferença significativa na metodologia que aplicam. A nossa pergunta é: se mal conseguimos imaginar o mundo sem a utilização de telemóveis em apenas cinco anos, por que não desafiamos os fundamentos de marketing dos anos 60 e 70?
As abordagens tradicionais de marketing e comunicação não tomam em consideração as inovações tecnológicas, a natureza recíproca da dinâmica do consumidor nem os avanços na neurociência e ciência comportamental. Hoje, sabemos mais do que nunca sobre como o cérebro processa informações e desencadeia comportamentos. Muitas de nossas decisões são baseadas em emoção e instinto, não em pensamento racional ou consideração ponderada. O papel que estas forças desempenham na construção e gestão das marcas modernas resulta na criação de um modelo tangível capaz de classificar e comparar as marcas e o seu desempenho.
Fundamental para a validação do conceito é a premissa que nos relacionamos com as marcas muito como nos relacionamos uns com os outros, em etapas distintas ao longo do tempo e que evoluem constantemente. Os laços que formamos com marcas apresentam quatro componentes principais:
- Utilizadores da marca com uma forte ligação emocional.
- Arquétipos que medem o caráter e a natureza dos relacionamentos da marca.
- Fases que definem a intensidade dos relacionamentos íntimos.
Acreditamos que a análise através destes insights fornece uma nova bússola para os profissionais de marketing. Passando da teoria à prática, a intimidade da marca é a base de como construímos, medimos e gerimos as marcas para os nossos clientes.
Com atual hipótese da entrada da Amazon em Portugal, importa analisar sob este prisma a marca. A análise a esta marca adquire especial relevância quando tentamos extrapolar os atributos intrínsecos e tentamos recordar algum anúncio recente da Amazon.
Então, como a Amazon cria laços tão fortes com os clientes? Um fator importante para o sucesso da Amazon é que ela simplesmente cumpre o que promete, um dos arquétipos de intimidade com a marca. O cumprimento é definido como exceder as expectativas e oferecer um serviço, qualidade e eficácia superiores. Exceder as expectativas e ser confiável aumenta a confiança e a segurança do consumidor. Estes são factores críticos para construir laços e aprofundar relacionamentos.
O domínio da Amazon também pode ser explicado pela análise das fases que os clientes têm com a marca. A fusão – a fase mais avançada de intimidade – ocorre quando os consumidores estão inexoravelmente ligados a uma marca, a ponto de se identificarem com ela. A Amazon desfruta de duas vezes mais consumidores nesta fase do que o retalhista médio. Os consumidores nesta fase estão geralmente dispostos a pagar mais e são menos propensos a viver sem a marca.
Reconhecemos que poucas marcas podem construir um negócio tão grande ou com tanto sucesso como a Amazon. No entanto, analisar como as marcas como a Amazon criam vínculos emocionais com seus clientes permite-nos descodificar, comparar e implementar estas mesmas percepções.
Seja uma pequena empresa ou uma grande multinacional, a intimidade das marcas pode criar melhorias incrementais ou transformacionais. Encorajamos todos os profissionais de marketing a criar vínculos mais profundos com os consumidores, vinculando-os às emoções e ampliando a intimidade. Como em qualquer relacionamento, quanto mais investe, mais recebe.